Militares norte-coreanos ajudaram os russos na derrota dos ucranianos em Kursk

Por Marcus Paiva
Jornalista e Editor-Chefe

🚩 A Coreia do Norte confirmou pela primeira vez que enviou tropas para lutar pela Rússia na guerra com a Ucrânia sob as ordens do líder do país, o presidente da comissão de assuntos de Estado, Kim Jong-un, que descreveu os soldados como "heróis". As forças norte-coreanas ajudaram a recapturar a região russa de Kursk, que estava ocupada por tropas da Ucrânia. Após meses de silêncio sobre a mobilização, a Rússia também confirmou a presença de soldados norte-coreanos. Em um comunicado divulgado na segunda-feira, a agência de notícias estatal KCNA da Coreia do Norte citou o fim da batalha na região de Kursk, na Rússia, dizendo que ela mostrou o "mais alto nível estratégico da firme amizade militante" entre a Coreia do Norte e a Rússia. O envio de tropas da Coreia do Norte para o território russo é fruto do tratado de defesa mútua que a Rússia assinou com o governo norte-coreano. 
⚠️ A comissão militar central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte disse que Kim tomou a decisão de enviar tropas sob o tratado de parceria estratégica abrangente que ele assinou com Putin em junho de 2024. “Sob a ordem do chefe de Estado, as subunidades das forças armadas da República consideraram o território da Rússia como sendo de seu país e provaram a firme aliança entre os dois países”, disse a comissão, citada pela KCNA. A Coreia do Norte “considera uma honra ter uma aliança com um Estado tão poderoso como a Federação Russa”, acrescentou a KCNA. A agência citou Kim dizendo: “Aqueles que lutaram pela justiça são todos heróis e representantes da honra da pátria”. A Coreia do Norte enviou cerca de 14.000 soldados, incluindo 3.000 reforços, para substituir os 1.200 baixas. Sem veículos blindados ou experiência em guerra com drones, eles sofreram pesadas baixas, mas se adaptaram rapidamente, vencendo os ucranianos treinados pela OTAN.
‼️ O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse estar preocupado com o envolvimento direto da Coreia do Norte na guerra da Rússia na Ucrânia e que o destacamento militar de Pyongyang deve terminar, acrescentando que países terceiros, como a Coreia do Norte, “têm responsabilidade” pela guerra. Kim, cujo apoio material a Putin poderia garantir ao Norte acesso à tecnologia militar e de satélites russa para impulsionar seu programa de mísseis nucleares, disse que um monumento seria construído em breve na capital Pyongyang para homenagear os "feitos de batalha" de seus soldados. A Coreia do Norte também forneceu à Rússia vastas quantidades de munição, projéteis de artilharia, mísseis balísticos e outras armas. A Coreia do Sul, os Estados Unidos e seus parceiros temem que a Rússia possa recompensar a Coreia do Norte transferindo tecnologias de armas de alta tecnologia para uso em seu programa de armas nucleares. Espera-se também que a Coreia do Norte receba assistência econômica e de outros tipos da Rússia. 

1️⃣ Em 6 de agosto de 2024, as Forças Armadas da Ucrânia lançaram uma incursão surpresa no oblast de Kursk, na Rússia, marcando a maior invasão estrangeira em território russo desde a Segunda Guerra Mundial. A operação, planejada com sigilo desde março, envolveu unidades como a 80ª e 82ª Brigadas de Assalto Aéreo e a 22ª Brigada Mecanizada, cruzando a fronteira a partir da região ucraniana de Sumy. O objetivo era duplo: distrair tropas russas dos avanços no Donbass (Pokrovsk e Kúpiansk) e obter uma vantagem territorial para negociações de paz. A Ucrânia capturou cerca de 1.300 km², incluindo 28 assentamentos, como Sudzha, e controlou temporariamente áreas estratégicas de fronteira. A ofensiva foi ousada, utilizando drones, artilharia de precisão e táticas de armas combinadas, surpreendendo as defesas russas, compostas principalmente por guardas fronteiriços.

2️⃣ A Rússia conteve o avanço ucraniano na última semana de agosto, enviando reforços, incluindo brigadas de infantaria de marinha e, a partir de novembro, tropas norte-coreanas (cerca de 10.000 soldados). A frente estabilizou-se entre setembro e fevereiro de 2025, com combates de baixa intensidade envolvendo artilharia, drones e infantaria. A Ucrânia não conseguiu desviar forças russas significativas do Donbass, onde a Rússia intensificou sua ofensiva. Em setembro, a Rússia iniciou contra-ataques, recuperando 10 localidades, como Apanasovka e Snagost. Em fevereiro de 2025, as forças russas retomaram cerca de 64% do território ocupado (800 km²), segundo o general Sergei Rudskoi. Em março, uma contraofensiva russa, com cerca de 70.000 soldados, recapturou Sudzha, forçando uma retirada ordenada ucraniana para Sumy.

3️⃣ Com a perda de Kursk, a Ucrânia abriu uma nova frente em Belgorod, liderada pela 47ª Brigada Mecanizada, treinada pela OTAN. Essa operação buscava pressionar a Rússia e melhorar a posição ucraniana em negociações de cessar-fogo, mediadas pelos Estados Unidos sob a administração Trump. A Rússia, por sua vez, concentrou esforços em Sumy, enquanto avançava em Kursk, recuperando vilas como Guyevo. A presença norte-coreana foi confirmada oficialmente por Moscou e Pyongyang, com Putin elogiando seu "heroísmo". Apesar da retomada russa, a Ucrânia negou a perda total de Kursk, alegando combates contínuos. As negociações de paz permaneceram em impasse, com tensões agravadas por bombardeios russos e a rejeição de propostas estadunideses.

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