Eleição no Equador termina em empate técnico e vai ser decidida no segundo turno
Por Marcus Paiva
Jornalista e Editor-Chefe
🚩 A eleição presidencial do Equador irá para um segundo turno depois que de um resultado apertado no primeiro turno. As autoridades eleitorais chamaram isso de "empate técnico" depois que o atual candidato da extrema-direita, Daniel Noboa, e sua principal concorrente de esquerda, Luisa González, receberam quase a mesma porcentagens de votos. A dupla agora enfrentará um segundo turno em abril. O resultado é muito mais estreito do que as pesquisas de intenção de voto previam, indicando que o segundo turno pode ser mais difícil de prever. Com mais de 94% dos votos apurados, Noboa tinha 44,2% dos votos e González 43,9%, segundo a mídia local. O resultado apertado também acabou com as esperanças dos apoiadores de Noboa, que estavam animados com uma pesquisa de boca de urna sugerindo que ele poderia garantir a vitória em primeiro turno.
📢 Durante o primeiro turno das eleições presidenciais no Equador, os moradores de áreas costeiras muito inseguras optaram por Luisa González, enquanto o atual presidente, Daniel Noboa, foi favorecido na região da Sierra. Os apoiadores do presidente se reuniram na capital, Quito, agitando bandeiras, vestindo camisetas com sua imagem e segurando recortes de papelão em tamanho real do atual presidente. Esses recortes, retratando Noboa em vários trajes – de ternos a regatas e óculos de sol – se tornaram símbolos onipresentes em todo o país, decorando portas de entrada, janelas de apartamentos e até mesmo tetos de carros. A presidência de Noboa foi definida por seu foco no combate à violência severa de gangues. Ele implementou medidas de exceção e um estado se guerra para enviar militares às ruas e prisões para conter o aumento da criminalidade. Muitos de seus apoiadores esperam que ele garanta um mandato no segundo turno para dar continuidade às suas políticas de segurança.
⚠️ Apesar de alguns sucessos, como a captura de alguns dos principais líderes de gangues e uma ligeira redução na violência nas prisões, os crimes violentos continuam sendo um grande problema. Mortes violentas caíram em 2024, mas permaneceram perto de níveis recordes. Somente em janeiro de 2025, 750 homicídios foram relatados. Luisa González – uma protegida do ex-presidente Rafael Correa – criticou Noboa por não cumprir promessas importantes, como impulsionar a economia, cortar preços de combustíveis e combater crimes violentos. Embora ela tenha proposto operações militares e policiais semelhantes para combater o crime, sua campanha enfatizou o aumento dos gastos sociais nas regiões mais violentas do Equador. Os críticos de Noboa também o acusaram de uma resposta lenta à seca severa que levou a cortes prolongados de energia no ano passado.
➡️ O presidente chegou a dar um Golpe de Estado na modalidade autogolpe muito atípico, contra a própria vice-presidente, ao se recusar a delegar suas funções presidenciais interinamente à ela. Verónica Abad foi afastada por um decreto inconstitucional e uma funcionária não eleita, Cynthia Gellibert, foi designada presidente interina também por um decreto inconstitucional. As medidas foram condenadas pela Corte Constitucional do país. Essa decisão se tornou parte de uma disputa pública entre Noboa e sua vice Abad. Quem vencer em abril enfrentará desafios significativos. O Equador continua a lutar contra a criminalidade desenfreada, enquanto cartéis de drogas lutam pelo controle de rotas lucrativas de tráfico por seus portos. Sequestros e assassinatos continuam sendo ocorrências diárias. O país também enfrenta altos índices de desemprego, uma economia fraca e uma crise energética que causou apagões de até 14 horas no ano passado. Noboa prometeu resolver esses problemas criando empregos, atraindo investimentos e aumentando a produção de energia renovável. Enquanto isso, González enfatizou a necessidade de reforma econômica, investimento social e um foco mais forte no combate à pobreza.
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