Trump ordena que militares dos Estados Unidos elaborem planos para tomar o Canal do Panamá


Por Marcus Paiva
Jornalista e Editor-Chefe

⚠️ O presidente Donald Trump ordenou que o exército dos Estados Unidos elaborasse planos para tomar o Canal do Panamá em sua tentativa de "recuperar" a hidrovia, alegaram fontes internas. O Comando Sul dos Estados Unidos desenvolveu uma série de possíveis planos para garantir que os Estados Unidos tenham acesso total ao Canal do Panamá, confirmaram duas fontes militares à Reuters. As estratégias preliminares variam desde uma parceria estreita com as forças de segurança panamenhas até o uso de tropas estadunideses para tomar a hidrovia à força, o que as autoridades dizem ser a opção menos provável. Autoridades alegam que o Almirante Alvin Holsey, comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, apresentou as propostas ao Secretário de Defesa Pete Hegseth esta semana. Hegseth vai visitar o Panamá no mês que vem.

1️⃣ Trump afirmou que os Estados Unidos precisam retomar o canal porque a China o controla e pode usar a hidrovia para prejudicar os interesses dos Estados Unidos. Em seu discurso de posse em janeiro, Trump repetiu acusações de que o Panamá quebrou as promessas feitas para a transferência final do canal em 1999. Qualquer movimento de uma potência estrangeira para tomar o canal à força certamente violaria o direito internacional. Uma invasão dos Estados Unidos ao Panamá é pouco provável mas está sobre a mesa. A medida só seria seriamente considerada se o aumento da presença de tropas dos Estados Unidos na área não atingisse a meta de Trump de "retomar" o canal. Em seu discurso conjunto ao Congresso na semana passada, Trump disse que "para aumentar ainda mais nossa segurança nacional, meu governo irá recuperar o Canal do Panamá". O presidente do Panamá, José Raul Mulino disse que permaneceria "firme" na defesa de sua soberania em meio às ameaças de Donald Trump. 

2️⃣ “Com relação a essas declarações, não tenho mais nada a dizer senão que o Panamá continua firme na defesa de seu território, seu canal e sua soberania”, disse o ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martinez-Acha, a repórteres na quinta-feira. “Que fique claro, o canal pertence aos panamenhos e assim permanecerá”, acrescentou. Lembrando que os Estados Unidos assumiram a construção do canal no início dos anos 1900 dos franceses. Por mais de seis décadas, os Estados Unidos controlaram a hidrovia e a Zona do Canal ao redor, estabelecendo inúmeras bases militares, o que com o tempo alimentou o ressentimento entre os moradores locais. O presidente Jimmy Carter concedeu ao Panamá o controle eventual do canal por meio de um tratado de 1977. Em 1999, por força dos Tratados Torrijos-Carter, os Estados Unidos entregaram oficialmente o controle do Canal ao Panamá. 
3️⃣ O presidente do Panamá, José Raul Mulino, chamou publicamente de “afrontas e mentiras”, a fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que o Canal do Panamá estaria em processo de “recuperação”. Em declaração publicada em suas redes sociais, Mulino garantiu que Trump “mente” e negou que o objetivo das conversas com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, tenha sido o futuro da propriedade do canal. “Rejeito em nome do Panamá e de todos os panamenhos esta nova afronta à verdade e à nossa dignidade como nação”, disse o mandatário. O presidente panamenho reafirmou que a cooperação entre os dois países continua, “com entendimentos claros, em questões de interesse mútuo”. “Não tem nada a ver com a ‘recuperação do canal’, nem com a manchar a nossa soberania nacional. O canal é panamenho e continuará a ser panamenho”, concluiu.

4️⃣ As hostilidades de Trump e a postura do governo Mulino têm gerado protestos dos movimentos populares do Panamá. No mês passado, um grupo de organizações divulgou uma carta denunciando o que chamam de uma postura “humilhante” do governo panamenho ante a posição do governo Trump. Em documento assinado pela Frente Nacional pela Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso), os panamenhos questionam as medidas do presidente José Raúl Mulino de aproximação com os Estados Unidos. De acordo com o grupo, o mandatário se comporta como “governador de uma colônia ianque”. Os movimentos destacam que as medidas tomadas recentemente pelo governo do Panamá fazem com que o país “abaixe as calças” para a Casa Branca. Entre as medidas, o grupo denuncia a presença de bases militares estadunidenses em território panamenho, além de um centro com porto e aeroporto para militares. O grupo ressalta que o governo também aceitou receber os migrantes deportados pelos Estados Unidos, independentemente da sua nacionalidade, e disse que Mulino está entregando portos e aeroportos do Pacífico para os Estados Unidos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

🇹🇭🇰🇭 A crise entre Tailândia e Camboja persiste, e o incidente na fronteira será submetido à Corte Internacional de Justiça

Eleição no Equador termina em empate técnico e vai ser decidida no segundo turno

Musk propõe novo partido e entra em guerra com Donald Trump