Tribunal francês considera líder de extrema-direita Marine Le Pen culpada em caso de peculato e ela pode ficar inelegível

 Por Marcus Paiva
Jornalista e Editor-Chefe

🚩 Um tribunal francês considerou Marine Le Pen culpada na segunda-feira em um caso de peculato, mas não informou imediatamente qual seria sua sentença e como isso poderia impactar o futuro político da líder de extrema direita. Le Pen, sentada na primeira fila do tribunal de Paris, não demonstrou reação imediata quando o juiz a declarou culpada. Mais tarde, ela repetidamente balançou a cabeça em desacordo enquanto a juíza entrava em maiores detalhes, dizendo que o partido de Le Pen havia usado ilegalmente o dinheiro do Parlamento Europeu para seu próprio benefício. "Incrível", ela sussurrou em um ponto. A juíza também proferiu vereditos de culpa a outros oito membros atuais e antigos de seu partido que, como ela, atuaram anteriormente como legisladores do Parlamento Europeu.
Le Pen e seus co-réus podem pegar até 10 anos de prisão. Eles podem apelar, o que levaria a outro julgamento.

1️⃣ A maior preocupação de Le Pen é que o tribunal pode declará-la inelegível para concorrer ao cargo "com efeito imediato" — mesmo que ela recorra. Isso pode impedi-la de concorrer à presidência em 2027. Ela descreveu tal cenário como uma "morte política". O veredito estava se configurando como uma derrota retumbante para Le Pen e seu partido. Além de considerá-la e outros oito ex-legisladores europeus culpados de desvio de fundos públicos, o tribunal também proferiu vereditos de culpa para outras 12 pessoas que serviram como assessores parlamentares de Le Pen e do que agora é o partido Rassemblement National, antigamente a Frente Nacional. A juíza que leu a decisão proferida por ela e outros dois juízes, disse que Le Pen estava no centro de "um sistema" que seu partido usou para desviar dinheiro do parlamento da União Europeia. A juíza disse que Le Pen e outros co-réus não enriqueceram pessoalmente. Mas a decisão descreveu o desfalque como "um desvio democrático" que enganou o parlamento e os eleitores.

2️⃣ Le Pen e outros 24 oficiais do seu partido foram acusados ​​de terem usado dinheiro destinado a assessores parlamentares da União Europeia para pagar funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, em violação aos regulamentos do bloco de 27 nações. Le Pen e seus co-réus negaram irregularidades. Le Pen, 56, ficou em segundo lugar, atrás do presidente Emmanuel Macron, nas eleições presidenciais de 2017 e 2022, e o apoio eleitoral ao seu partido cresceu nos últimos anos. Durante o julgamento de nove semanas que ocorreu no final de 2024, ela argumentou que a inelegibilidade "teria o efeito de me privar de ser uma candidata presidencial" e privar seus apoiadores do direito de voto. "Há 11 milhões de pessoas que votaram no movimento que eu represento. Então, amanhã, potencialmente, milhões e milhões de franceses se veriam privados de seu candidato na eleição", ela disse ao painel de três juízes. Se Le Pen não puder concorrer em 2027, seu sucessor aparentemente natural seria Jordan Bardella, o protegido de Le Pen, de 29 anos, que a sucedeu no comando do partido em 2021. 

3️⃣ Le Pen negou as acusações de que ela estava à frente do sistema criado para desviar dinheiro do Parlamento Europeu para beneficiar seu partido, que ela liderou de 2011 a 2021. Ela argumentou, em vez disso, que era aceitável adaptar o trabalho dos assessores pagos pelo Parlamento Europeu às necessidades dos legisladores, incluindo algum trabalho político relacionado ao partido. As audiências mostraram que parte do dinheiro da UE foi usado para pagar o guarda-costas de Le Pen — que já foi guarda-costas de seu pai — e também sua assistente pessoal. Os promotores pediram uma pena de prisão de dois anos e um período de inelegibilidade de cinco anos para Le Pen. Le Pen disse que sentia que eles estavam "interessados ​​apenas" em impedi-la de concorrer à presidência.

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