Oposição apresenta moção de desconfiança contra primeira-ministra da Tailândia


Por Marcus Paiva
Jornalista e Editor-Chefe 

⚠️ A oposição apresentou uma moção de desconfiança contra a primeira-ministra do Reino da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra. A moção de desconfiança tem 166 assinaturas, pedindo que a Primeira-Ministra seja a única a receber a moção e não outros membros do gabinete. O líder da oposição Natthaphong Ruengpanyawut disse que o debate cobrirá uma série de questões, incluindo vários ministérios, partidos de coalizão e corrupção. Ele argumentou que os problemas do governo decorrem de sua formação, com uma Primeira-Ministra sem liderança, falhando em controlar a coalizão e lutando para governar efetivamente. Lembrando que a Primeira-Ministra Paetongtarn Shinawatra é do partido da centro-esquerda liberal Pheu Thai e o partido que lidera a oposição é o partido do povo, da centro-esquerda progressista. Esse foi o partido mais votado na eleição de 2023.
1️⃣ Natthaphong acrescentou que a Primeira-Ministra não tem as qualificações e a intenção de resolver os problemas do país. Segundo ele, a economia está lutando, com o crescimento do PIB próximo ao fundo na ASEAN. Natthaphong também afirmou que Paetongtarn Shinawatra não consegue controlar seus subordinados, permitindo que eles tenham poder sobre ela, e seu pai, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, controla a administração do país através dela. A oposição acredita que essas questões estão enraizadas na incapacidade da Primeira-Ministra de administrar a coalizão e não vê sentido em debater com ministros individualmente. Eles argumentam que a Primeira-Ministra deve responder por esses problemas. Natthaphong enfatizou que focar o debate na Primeira-Ministra é necessário porque os problemas decorrem de sua falha em controlar a coalizão. Ele também respondeu a possíveis pedidos do governo para encurtar o debate, observando que os debates anteriores levaram pelo menos quatro dias.

2️⃣ Ele espera que o governo conceda mais tempo, pois mais tempo para a Primeira-Ministra responder lhe dará uma chance de mostrar liderança. Na moção de desconfiança, a oposição declarou que Paetongtarn não é apta para continuar como Primeira-Ministra, faltando as qualificações, liderança e comprometimento necessários para governar. Eles disseram que ela falhou em abordar questões nacionais, priorizando os interesses dela mesma, de seu pai, de sua família e de seus aliados em detrimento do bem público. Segundo ele, suas ações prejudicaram a imagem e a credibilidade do país. Ela evitou responsabilidades, quebrou promessas políticas e permitiu a corrupção. Sua liderança levou a fracassos na política, economia, segurança e governança, minando a democracia e o Estado de direito. Ela também permitiu que Thaksin influenciasse os assuntos nacionais, tornando-a uma figura de proa enquanto ele detém o poder real. Segundo a oposição, mantê-la no cargo causaria danos duradouros ao país e ao seu povo, acrescentaram.

3️⃣ Hoje, a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra compareceu ao parlamento para responder às perguntas dos parlamentares, marcando sua primeira aparição desde o anúncio das políticas de sua administração. Sua ida ao parlamento coincidiu com a apresentação pela oposição de uma moção de censura visando sua liderança. Ela esclareceu que sua aparição para responder às perguntas dos parlamentares havia sido planejada há um mês e que o momento da moção de censura foi mera coincidência. Paetongtarn expressou prontidão para abordar todas as preocupações levantadas durante o debate de censura, afirmando que os ministros responderiam a perguntas específicas de seus ministérios, enquanto ela lidaria com questões gerais. Ela rejeitou as alegações de que é uma marionete do pai Thaksin, afirmando que não fez nada ilegal. 

4️⃣ Em relação às acusações de falta de integridade e danos à imagem do país, ela disse que elas devem ser examinadas juntamente com evidências factuais. Ela está confiante em sua capacidade de responder a todas as perguntas, mas não tem certeza se suas respostas serão bem recebidas. Quando perguntada sobre a nomeação de parlamentares para auxiliá-la, ela confirmou que era necessário, pois responder sozinha poderia ser esmagador. Ela acredita que os parceiros da coalizão a apoiarão e já buscou a ajuda deles. Embora ela tenha tido menos comunicação com eles no passado, o apoio deles tem sido forte. A votação da moção de desconfiança será no dia 24 de março e se um voto de desconfiança derrubá-la, a Tailândia entrará em uma nova crise política. Os seus opositores também apresentaram uma petição para investigar a Comissão Nacional Anticorrupção (NACC), apoiada por 145 assinaturas e 18 peças de evidência. 

5️⃣ A petição inclui três alegações principais: Alegações contra cinco membros atuais e antigos da NACC por interromper a investigação sobre os ativos do ex-vice-primeiro-ministro General Prawit Wongsuwan. Alegações contra nove membros da NACC, servindo de 16 de março de 2023 a 23 de maio de 2024, por votarem contra uma decisão do Tribunal Administrativo de divulgar detalhes do caso do General Prawit. Alegações contra o presidente da NACC, Suchart Trakulkasemsuk, sobre um vídeo vazado mostrando uma reunião com o presidente da Câmara, Wan Muhamad Noor Matha, e o ex-vice-chefe da polícia nacional, Pol Gen Surachate Hakparn.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

🇹🇭🇰🇭 A crise entre Tailândia e Camboja persiste, e o incidente na fronteira será submetido à Corte Internacional de Justiça

Eleição no Equador termina em empate técnico e vai ser decidida no segundo turno

Musk propõe novo partido e entra em guerra com Donald Trump