Irã lança mísseis balísticos contra Israel em retaliação a ataques

Por Marcus Paiva
Jornalista e Editor-Chefe

🚩 O Irã conduziu um ataque de mísseis balísticos com varias ondas contra Israel cerca de 18 horas após os ataques israelenses iniciais. Foram lançados contra Israel mais de 150 mísseis balísticos e mais de 100 drones, em resposta aos ataques aéreos israelenses no início daquele dia contra instalações nucleares e militares iranianas. Os alvos incluíam infraestruturas militares e de inteligência de Israel. O comando militar iraniano denominou a resposta de "Operação Verdadeira Promessa III" e declarou que o ataque foi uma retaliação aos recentes ataques israelenses em território iraniano. A maioria dos mísseis forma interceptados pelo sistema de defesa aérea do país e pelo sistema de defesa estadunidese implementado no território israelense. Porém, com a técnica de saturação, 12 mísseis balísticos atingiram, nessa primeira onda, o território israelense. Pelo menos 10 mísseis balísticos, interceptores ou estilhaços atingiram a capital Tel Aviv, matando uma pessoa e ferindo mais de 60 outras, e vários edifícios altos foram danificados. Um míssil balístico atingiu a cidade de Rishon LeZion, matando duas pessoas, ferindo outras 20 e causando danos a casas. E um míssil balístico atingiu o Distrito Norte de Israel. 

⚠️ Lembrando que o Irã conduziu a Operação Verdadeira Promessa I e a Operação Verdadeira Promessa II contra Israel em abril e outubro de 2024, respectivamente. Ainda no dia 13, o líder supremo iraniano, Aiatolah Ali Khamenei, fez um discurso televisionado extremamente raro, durante o qual prometeu retaliar contra Israel. Khamenei disse que o Irã responderá com força e deixará Israel "indefeso". Khamenei disse que os ataques de Israel "iniciaram uma guerra" e que não seria permitido realizar ataques e fugir sem consequências. “O regime sionista de Israel não sairá ileso das consequências de seu crime. A nação iraniana precisa ter a garantia de que nossa resposta não será medíocre”, disse Khamenei em um comunicado. A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) disse que o Irã "executou sua resposta precisa e esmagadora contra dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas". O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou anteriormente em 9 de junho que o Irã atacaria as instalações nucleares israelenses em retaliação. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, marcando a primeira ligação de Pezeshkian com um líder estrangeiro desde que Israel lançou sua campanha aérea. O comunicado iraniano afirmava que Pezeshkian e Putin condenavam os ataques israelenses. É notável que a primeira ligação de Pezeshkian tenha sido para Putin e ilustra a relação próxima e crescente entre o Irã e a Rússia.

1️⃣ Em 13 de junho, após os ataques israelenses, o Irã prometeu uma "resposta dura" contra Israel. De acordo com o Brigadeiro-General Effie Defrin das Forças de Defesa de Israel, o Irã lançou mais de 100 drones Shahed em direção a Israel pela manhã em sua retaliação inicial. Sirenes foram ativadas em Amã, capital da Jordânia. Alguns dos drones foram interceptados pela Força Aérea Real da Jordânia sobre o espaço aéreo jordaniano e alguns pela Força Aérea israelense sobre a Arábia Saudita e a Síria. Os Houthis, que governam o Norte do Iémen também dispararam um míssil balístico visando Jerusalém, que caiu em Hebron, na Cisjordânia. Então, o Irã lançou a primeira onda com 150 mísseis balísticos. Vários impactos foram relatados no centro de Israel, incluindo em edifícios em Tel Aviv. O quartel-general militar de Kirya, onde fica a Torre Matcal (Pentágono israelense), perto da Begin Road foi atingido. Um fragmento de um míssil interceptado também causou danos no norte de Israel. O Magen David Adom (MDA - a estrela de Davi vermelha) relatou que pelo menos 63 israelenses ficaram feridos. Sete soldados estavam entre os feridos, sofrendo ferimentos leves. 

2️⃣ Em 14 de junho, por volta da 1h00, o Irã lançou outra barragem composta por dezenas de mísseis. Alguns interceptados mas o sistema de defesa aérea de Israel já se mostrava bastante saturado. Sete pessoas ficaram feridas no ataque, uma delas levemente. O Irã lançou três outras barragens, a primeira soando sirenes no norte de Israel e outras duas em todo o país. Durante os bombardeios posteriores, um prédio em Rishon LeZion foi atingido diretamente por um míssil, ferindo 19 pessoas, incluindo duas que morreram posteriormente. O governo israelense anunciou que o Irã havia disparado 200 mísseis balísticos desde a noite de 13 de junho, com cerca de 25% deles atingindo áreas abertas. Afirmou que um "pequeno número" de mísseis escapou das defesas aéreas e atingiu áreas residenciais em Tel Aviv, Ramat Gan e Rishon LeZion, causando baixas. À noite, o Irã disparou outra barragem de mísseis contra o norte de Israel, matando cinco pessoas e ferindo pelo menos outras 23. O Comando da Frente Interna emitiu alertas por telefone às 23h e os cidadãos foram liberados para deixar os abrigos às 23h45. Um míssil balístico atingiu duas casas de dois andares em Tamra. Vários mísseis balísticos atingiram o Complexo de Refinaria de Petróleo de Bazan e os oleodutos próximos na cidade de Haifa , o que causou um grande incêndio.

3️⃣ Na manhã de 15 de junho, o Irã e os Houthis no Iêmen do Norte lançaram mísseis balísticos simultaneamente, o que levou a impactos em edifícios em Bat Yam e Rehovot, um shopping em Kiryat Ekron e em Tel Aviv. Um míssil balístico atingiu um edifício residencial na cidade de Bat Yam, o que causou grandes danos e resultou na morte de sete pessoas e ferimentos em mais de 100 outras. O míssil também causou danos a 61 outros edifícios na área circundante. Cerca de 200 pessoas ficaram feridas, de acordo com o MDA, várias gravemente. O Instituto de Ciências Weizmann , um centro de pesquisa científica em Rehovot , foi atingido por um míssil balístico, que danificou vários laboratórios de pesquisa. O Ministério da Defesa israelense relatou que o centro de Israel foi atacado por mísseis vindos do Iêmen, o que foi posteriormente confirmado pelos Houthis, afirmando que eles usaram vários mísseis balísticos Palestine 2 em coordenação com os militares iranianos. Mais tarde, nesse mesmo dia, o Irã disparou uma barragem composta por vários mísseis balísticos contra Israel. Três dias com ataques iranianos foram suficientes para saturar o sofisticado sistema de defesa aérea israelense. 

4️⃣ Mais de 10 mísseis balísticos conseguiram penetrar 5 camadas e não ser atingidos pelos interceptadores. O sistema é composto por uma série de unidades móveis rebocadas por caminhões, espalhadas por todo o país em locais estratégicos. Quando uma ameaça é detectada, militares a analisam em um "centro de gerenciamento de batalha" operado 24 horas por dia. Eles então decidem qual lançador usar para interceptar. Mísseis secundários são disparados para garantir que uma ameaça seja devidamente neutralizada. Esse sistema de defesa é multicamadas. A primeira é composta pelos sistemas Arrow 2 e Arrow 3 que defendem contra mísseis balísticos de médio e longo alcance quando estão a até 2.400 km de alcance. O Arrow 3 opera fora da atmosfera (hit-to-kill), e tem sido usado recentemente para interceptar mísseis dos militantes Houthi no Iêmen do Norte e os mísseis iranianos. A segunda é o David's Sling (mísseis Stunner) — projetado para interceptar mísseis de médio alcance (mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos de médio ou longo alcance a uma distância de até 300 km) como os lançados pelo Hezbollah no Líbano. O Domo de Ferro (mísseis Tamir), o mais conhecido dos escudos antimísseis de Israel, é projetado para interceptar mísseis de curto alcance, assim como projéteis e morteiros, a distâncias entre 4 km e 70 km do lançador de mísseis.

5️⃣ Além disso, há um sistema auxiliar em Israel, o Terminal High Altitude Area Defense (THAAD), que é um sistema de defesa antimísseis balísticos estadunidese projetado para interceptar e destruir mísseis balísticos de curto, médio e intermediário alcance em sua fase terminal (descida ou reentrada ). O interceptor THAAD não carrega nenhuma ogiva, em vez disso, confia em sua energia cinética de impacto para destruir o míssil que se aproxima. O THAAD foi desenvolvido após a experiência dos ataques de mísseis Scud do Iraque durante a Guerra do Golfo em 1991. Na noite deste domingo, o Irã lançou bombardeios em Jerusalém e Tel Aviv, na quarta fase da Operação True Promise 3. Nessa fase os misseis iranianos atingiram a usina de gás de Gezer, no norte de Israel, e a Refinaria de Petróleo de Haifa. Nesta última barragem, estima-se que o Irã tenha lançado 30 mísseis, dos quais 9 impactos foram confirmados até agora: 4 em Tel Aviv, 4 em Haifa (2 na usina) e1 em Eliat. O número de mortos em Israel desde sexta-feira já atinge os 14, informou a Assessoria de Imprensa do Governo de Israel neste domingo (15).

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